Os trabalhadores mais qualificados, que em sua maioria são de classe média, incluindo a classe C, sofrerão mais fortemente os impactos de uma redução drástica do crescimento econômico, de acordo com as projeções do economista Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo Barros, a oferta de trabalho do grupo que tem de "algum ensino médio para cima" está crescendo muito rápido, ao contrário do que ocorre com os que têm até o ensino fundamental completo. O resultado é que, com a freada brusca da economia, o primeiro grupo, que depende de um crescimento veloz de vagas, é o mais prejudicado.
Numa projeção de cenário econômico muito ruim até 2010, o desemprego dos qualificados cresce 3,4 pontos porcentuais, e o dos não qualificados, apenas 1 ponto.